quarta-feira, maio 19, 2010

Ildo Silva e a dinâmica vida de um jornalista

Lilian Demo - 1º semestre

Nascido e criado na região metropolitana de Porto Alegre e filho de um funcionário público, Ildo Silva da Silva chegou a fazer dois cursos técnicos na escola agrícola onde o pai trabalhava. O Jornalismo, porém, era o objetivo do jovem, que se formou na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.

A carreira construída ao longo dos anos é cheia de histórias e curiosidades, como ele mesmo costuma falar: “No Jornalismo, cada dia é um dia novo e diferente. Então, é normal que se viva pelo menos uma nova história a cada dia”.

No ano de 1988, o jornalista, ainda recém formado, trabalhava como editor assistente do telejornal Brasília Sete e Trinta, da TV Manchete. Assumiu a responsabilidade de coordenar os trabalhos da equipe que fez a cobertura da promulgação da nova constituição brasileira, depois que o editor-chefe teve que ser submetido a uma cirurgia de emergência. “Conhecia todos os repórteres, toda a equipe e talvez por isso não tenha entrado em pânico naquele momento, mas confesso que foi realmente muito assustador”.



Em 1989, na época da eleição presidencial, Silva ainda fazia parte da equipe de edição do Brasília Sete e Trinta e conversava com os candidatos no café da manhã logo após o programa. “Uma vez me chamou a atenção a ingenuidade do Lula em um dos discursos. Ele disse que se todos os barbudos entrassem para o PT, ele já teria um grande partido. Eu achei lamentável. Foi ingenuidade e fez bem para ele ter perdido as eleições. Caso contrário, ele não teria se preparado e o Brasil não estaria preparado para ele”.

Em outra ocasião, desta vez já mais experiente e ocupando o cargo de chefe de reportagem, foi encarregado de coordenar os trabalhos na cobertura da posse do primeiro presidente eleito no Brasil após a Ditadura, Fernando Collor. “Lembro que eu chamei a repórter Tânia Viegas e mandei para a frente da Casa da Dinda, que é a residência da família do Collor. Ela ficou injuriada comigo, porque era praticamente uma hora de viagem da redação até a casa. Convenci essa repórter que era o melhor lugar, ainda que nem eu mesmo acreditasse nisso”. A ousadia, segundo ele, valeu a pena, pois a TV Manchete foi a única emissora a transmitir ao vivo o primeiro pronunciado de Collor como presidente do País.

Um dos maiores desafios da vida profissional talvez tenha sido quando, em 1998, a direção da TV Brasília o chamou, uma semana antes da eleição, questionando se era possível fazerem 24 horas de programação ao vivo. Nesta ocasião, a emissora se dispôs a financiar a busca por novos profissionais e equipamentos, para tornar possível essa empreitada. “Eu ganhei carta branca para fazer tudo que precisasse em uma semana para que no domingo seguinte fizéssemos a cobertura da eleição ao vivo 24 horas. Foi trabalhoso e principalmente foi muito dinheiro envolvido, mas conseguimos. Ficamos das 7 da manhã à 1 da manhã do dia seguinte ao vivo. Meus colegas da Rede Globo saíam do trabalho e iam para a nossa redação ver como estávamos conseguindo fazer tudo aquilo”.

O jornal impresso também teve momentos memoráveis. A fuga do Presídio Central de Porto Alegre, ocorrida em 1980, foi um destes. Na época, cerca de meia dúzia dos mais perigosos e poderosos presidiários fugiram, levando reféns. Eram, na maioria, assaltantes de bancos condenados a cerca de 180 anos de cadeia cada um. Depois de um dia inteiro de negociações, os criminosos deixaram a prisão, dando início a uma perseguição pelas ruas da cidade. “Foram momentos de muita tensão, união entre a imprensa e muita preocupação. Também o medo de eles pegarem mais algum refém. Foi uma coisa horrível”.

Histórias e desafios não faltaram na vida e na carreira de Silva, que atualmente é diretor geral da Unisul TV, do projeto de instalação da Rádio Universitária Unisul FM e professor da universidade.

Atualizado às 22h09min do dia 19/05.

Um comentário:

  1. Ildo, você é o cara !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Parabéns pela sua trajetória e pela sua ética.

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